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Se fair play financeiro que tirou Messi do Barcelona fosse aplicado no Brasil, só quatro clubes seriam aprovados na primeira divisão


quarta, 11 de agosto de 2021

Com parâmetros similares aos da Espanha, apenas Atlético-GO, Ceará, Palmeiras e Vasco estariam regulares em 2020. Quadro só melhora um pouco com vendas de jogadores


De saída do BarcelonaMessi não pôde renovar seu contrato com o clube por causa do fair play financeiro da liga de clubes da Espanha. Mesmo disposto a reduzir seu salário pela metade, o atacante argentino ainda faria com que a associação violasse limitações econômicas.

O sistema espanhol é mais rígido do que o europeu, aplicado em todo o continente pela Uefa. A confederação continental faz um monitoramento "corretivo", posterior à publicação das demonstrações financeiras. A LaLiga faz uma vigilância "preventiva" das contas.

Dirigentes de todos os clubes filiados à liga têm de apresentar, internamente, suas projeções de receitas e despesas. Caso a conta não feche no azul, o cartola é impedido de realizar novos gastos.

Em particular, existe uma trava em relação à folha salarial. A soma dos salários – incluindo jogadores, comissão técnica e funcionários – não pode ser maior do que 70% das receitas esperadas para a temporada.

Foi aí que o Barcelona teve problema. Mesmo sem Messi, o clube está próximo de 95%, segundo seu presidente, Joan Laporta. Por mais que o argentino reduzisse a renda pela metade, o clube ainda estaria irregular.


Messi em entrevista coletiva de despedida do Barcelona — Foto: Albert Gea/Reuters

Messi em entrevista coletiva de despedida do Barcelona — Foto: Albert Gea/Reuters

E no Brasil?

O que aconteceria com o mercado se o futebol brasileiro aplicasse um fair play financeiro como o espanhol? Com base nos valores descritos por clubes em seus balanços mais recentes, referentes a 2020, o blog fez uma simulação do que aconteceria na primeira divisão nacional.


Para fazer o cálculo, o ge desconsiderou as receitas que alguns clubes atribuem a seus clubes sociais ou aos esportes amadores. Da mesma maneira, foram considerados os custos de pessoal apenas do futebol profissional, sem atividades sociais e outras modalidades esportivas.

A remuneração é entendida a partir dos seguintes itens:

Ainda em relação às receitas contabilizadas, o blog fez duas simulações. A primeira exclui transferências de atletas, para que o resultado esteja condizente com a Europa. As receitas tratadas por europeus como operacionais são as de transmissão, comercial e estádio.

A princípio, nesta hipótese, apenas quatro clubes que disputaram o Campeonato Brasileiro em 2020 passariam pela prova a que clubes espanhóis se submetem: Atlético-GOCearáPalmeiras e Vasco.

Tendo em mente que o futebol brasileiro é um exportador de jogadores, e que muitos de seus clubes contam com as vendas de direitos para pagar suas despesas, a segunda simulação inclui transferências de atletas. Neste caso, são 13 clubes com percentuais acima de 70%.

Na prática, a maioria dos clubes teria problemas para operar. Dirigentes precisariam dispensar jogadores e reduzir seus custos com folha salarial antes de buscar reforços. Como vem acontecendo com o Barcelona.



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