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Análise: Fluminense se complica na Libertadores, e queda de rendimento do time preocupa


quarta, 19 de maio de 2021

Mudanças de Roger na escalação não dão resultado, Flu esgota fôlego no 1º tempo, perde invencibilidade diante do Junior Barranquilla e terá que buscar vaga contra o RIver na Argentina


Fluminense tinha a vantagem de um simples empate, jogava em casa e enfrentava um Junior Barranquilla desfalcado de seus principais jogadores (Borja, Téo Gutierrez e Hinestroza). Era só carimbar o passaporte para as oitavas de final da Libertadores com uma rodada de antecedência... Só que não. O time perdeu sua invencibilidade no torneio na noite de terça-feira e saiu do Maracanã derrotado por 2 a 1 pelos colombianos. O que os tricolores mais temiam aconteceu: a vaga que estava na mão agora terá que ser buscada na última partida, contra o River Plate na Argentina.


Nenê e outros jogadores perderam rendimento na maratona de jogos — Foto: André Durão

Nenê e outros jogadores perderam rendimento na maratona de jogos — Foto: André Durão


Mas o que explica a primeira derrota na competição? Depois de tantas críticas pelo time não render no primeiro tempo, Roger Machado decidiu alterar peças para tentar mudar o panorama e buscar a vitória, sem pensar na vantagem do empate. De certa forma, deu certo. Embora ainda reativo e sem grande volume, o Fluminense criou chances e fez talvez os seus melhores 45 minutos iniciais nesta Libertadores, mesmo sofrendo um gol. Porém, em meio à maratona de jogos, a equipe gastou o que tinha de fôlego antes do intervalo e inverteu o panorama: na etapa final, pouco conseguiu jogar.


Fluminense x Junior Barranquilla

QuesitoFluminenseJuniorPosse de bola46%54%Finalizações79Chances claras*43Faltas912Impedimentos12

Fonte: Acerj e ge*

Só que individualmente as mudanças não surtiram o efeito desejado. Um dos mais pedidos pela torcida, Cazares ganhou a sua primeira chance como titular no time considerado principal. Logo de cara, deu um lindo lançamento para deixar Kayky sozinho com o goleiro, mas depois disso sumiu. Fisicamente, ainda lhe falta ritmo. E se Danilo Barcelos por um lado não cometeu nenhuma grande falha defensiva, como seu concorrente Egídio vinha cometendo, por outro a equipe acabou perdendo muito em apoio ao ataque pela esquerda. E sem Nenê na batida, a bola aérea não funcionou nenhuma vez.


Cazares ainda rende melhor entrando no segundo tempo — Foto: Lucas Merçon / Fluminense FC

Cazares ainda rende melhor entrando no segundo tempo — Foto: Lucas Merçon / Fluminense FC

Das quatro chances claras do Fluminense nos 90 minutos, três foram no primeiro tempo: com Kayky, Luiz Henrique e Fred. O time chegou a passar a impressão de que resolveria o jogo quando quisesse. O passe de letra de Fred para Luiz Henrique, por exemplo: não que tenha sido soberba, foi claramente um recurso técnico em direção ao gol, para acelerar a bola. Mas para executar um passe desse em uma jogada promissora, correndo risco de desperdiçar um contra-ataque, é preciso que o jogador esteja bastante confiante. Outros, talvez pelo excesso de moral, erraram passes e finalizações.


Feitiço contra o feiticeiro: Flu não conseguiu aproveitar nenhuma bola aérea — Foto: André Durão

Feitiço contra o feiticeiro: Flu não conseguiu aproveitar nenhuma bola aérea — Foto: André Durão

Quando Roger deu um voto de confiança à formação inicial para o segundo tempo, acabou castigado com o gol de Cetré, o segundo do Junior Barranquilla e que abalou o Fluminense. O treinador então lançou suas substituições já habituais, trocando o ataque inteiro: Caio Paulista, Gabriel Teixeira, Nenê e Abel Hernández nos lugares de Kayky, Luiz Henrique, Cazares e Fred. Só na última alteração ele se arriscou e lançou Bobadilla na vaga do exausto Martinelli, ficando com dois homens de área em campo. Mas de nada adianta se a bola não chegar para eles. Aí, Ganso poderia ser melhor opção.


Substituições de Roger nem sempre vão conseguir salvar a pátria — Foto: Lucas Merçon / Fluminense FC

Substituições de Roger nem sempre vão conseguir salvar a pátria — Foto: Lucas Merçon / Fluminense FC


A queda de rendimento no geral não é de hoje e preocupa nos corredores das Laranjeiras. E desde a semana passada está cada vez mais acentuada. Na vitória por 2 a 1 sobre o Santa Fe, também da Colômbia, o Fluminense foi dominado pelo adversário e ganhou com gol de contra-ataque. Na final do Campeonato Carioca, no empate em 1 a 1 diante do Flamengo, o Tricolor também foi envolvido até conseguir jogar nos minutos finais. E na derrota para o Junior Barranquilla, marcaram bem a saída de bola tricolor, e faltou perna para muitos, principalmente Yago e Martinelli, que vêm de uma sequência.



Fred passou em branco de novo contra o Junior Barranquilla — Foto: André Durão

Fred passou em branco de novo contra o Junior Barranquilla — Foto: André Durão



O Fluminense vai passando a maratona de jogos sem lesões até o momento, mas as pernas pesadas não há como evitar. Até o segundo e último duelo da final do Carioca, no próximo sábado, às 21h05 (de Brasília), no Maracanã, o Tricolor terá apenas três dias para descansar o grupo e tentar recuperar o seu futebol. 68 horas depois, o time de Roger Machado irá enfrentar o River Plate às 19h15 (de Brasília) em Buenos Aires, valendo a vaga nas oitavas de final. Os jogadores tricolores se reapresentam na tarde desta quarta-feira no CT Carlos Castilho.




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